A administração na ditadura e nos dias atuais
Há exatos 50 anos, no dia 31 de março de 1964, o Brasil viveu um tenebroso capítulo de sua História política, quando a classe burguesa dominante, para conter as mobilizações e reivindicações populares existentes na época, fez uso da força repressiva do Estado Burguês e colocou os Generais do Exército, então funcionários de confiança da burguesia brasileira, para governar, tocando o terror e reprimindo todo tipo de contestação política que viesse da classe trabalhadora.
O regime militar no Brasil (1964-1985) foi marcado por imposições à liberdade de expressão, censura à imprensa e a manifestações populares. Nesse período de crise, algumas empresas apoiaram o golpe, pois acreditavam que livrariam o país de uma ameaça comunista e veriam, após a tomada do governo, o poder novamente entregue aos civis. Por outro lado, existiam dificuldades de transmissão e circulação de informações e um processo de perseguição a qualquer um que tentassem burlar as regras do governo.
O modelo econômico e político adotado pelos militares após 64 ficou conhecido como a "modernização conservadora", que consistia no desenvolvimento urbano-industrial, na concentração da renda e na exclusão da classe operária. Após 50 anos de Ditadura o Brasil continua regido por uma série de leis, práticas e códigos criados pelos militares.
São daquela época, por exemplo, as atuais estruturas tributária, administrativa e financeira do país. E mesmo após a Constituição de 1988 definir como pilares do Estado brasileiro a democracia e o respeito aos direitos humanos, seguem em vigor normas e práticas que, segundo especialistas, contrariam esses valores.
Os militares criaram ainda o atual sistema de administração pública, que aprofundou a divisão entre a administração direta (exercida por órgãos subordinados a ministérios) e a indireta (autarquias, fundações e empresas