trabalho sociologia
O investigador da Universidade de Coimbra Bruno Paixão considerou hoje que a censura no Estado Novo e o sensacionalismo atual falseiam a percepção da corrupção política. Bruno Paixão contestou ainda a ideia de que os políticos atuais são mais corruptos do que durante a ditadura. "As pessoas têm uma percepção da realidade, mas isso não significa que esta esteja correta", disse à agência Lusa Bruno Paixão, apontando para um estudo realizado pelo próprio em 2013, com uma amostra de cinco mil pessoas, em que 70% dos inquiridos afirmavam que formatavam a "informação e o conhecimento do que se passa no mundo" a partir da comunicação social. Essa percepção da realidade através dos meios de comunicação toma uma proporção "maior no que diz respeito ao período do Estado Novo", em que a informação "se restringia a jornais e à rádio, em que era censurada e por isso significa que não saíam cá para fora os casos de corrupção e de escândalo". "Ou seja, a corrupção ocorria, mas permanecia incógnita. Em regimes autoritários, a imprensa está condicionada pelas objeções do poder dominante", defendeu. DITADURA MILITAR
Durante a ditadura os militares tomaram o Poder prometendo extirpar os “subversivos” e a “corrupção”. Os “subversivos” eram quaisquer pessoas que tentassem expressar posicionamentos ideológicos diversos do Governo e quanto a “cruzada contra a corrupção” servira apenas como pretexto para fortalecer o novo sistema e para a prática das barbáries mais diversas que se seguiram. O regime de exceção em que se encontrava o país só favorecia a ampliação dos abusos, pois o poder se concentrava nas mãos de poucos e o princípio da publicidade só era lembrado para favorecer o Governo e seus partidários. Em 1972, no Governo Médici, chegou-se ao cúmulo de proibir-se qualquer publicação que trouxesse notícias negativas sobre instituições financeiras que operassem no Mercado de Capitais.
IMPÉRIO
No Brasil independente em sua fase imperial, a ladroagem não foi