A abolição
A abolição do tráfico
COSTA, Emília Viotti da. A abolição do tráfico. In:__________. A abolição. 8.ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2008. p. 23-31.
“As estimativas sobre o total da população brasileira, na época da independência, são bastante precárias, mas é possível calcular que, em um total de pouco mais de 3,5 milhões de habitantes, havia cerca de 1,5 milhão de escravos”. (p. 23)
“Os viajantes que percorriam o Brasil na época são unânimes em afirmar que o mais o humilde dos homens, assim que dispunha de algum capital, comprava um escravo e passava a viver à custa do trabalho dele”. (p. 23)
“Foram as pressões internacionais que levaram finalmente à aprovação da Lei de 1831, que proibiu o tráfico de escravo. A pressão veio da Inglaterra que, depois que o Parlamento inglês abolira o tráfico de escravos em suas colônias (1807), tornou-se paladina da emancipação e passou a perseguir os negreiros em alto-mar”. (p. 24)
“A parti da Independência, o Brasil tinha-se tornado, de certa forma, uma colônia britânica em decorrência de sua dependência econômica em relação à Inglaterra”. (p.25)
“Com os tratados comerciais de 1810, a Inglaterra passa a usufruir de uma situação privilegiada no mercado brasileiro. Graças a tarifas favoráveis, produtos ingleses invadiram o mercado brasileiro. Simultaneamente, a Inglaterra tornou-se a maior compradora dos produtos nacionais.” (p. 25)
“Depois da independência o país passara a dever milhões de libras à Inglaterra. Esta se tornara mediadora entre Portugal e Brasil. Graças à intervenção britânica, Portugal reconhecera a Independência do Brasil, tendo este se comprometido a pagar a Portugal uma indenização que montava a 2 milhões de libra esterlinas. A quantia foi levantada no mercado financeiro inglês”. (p. 25)
“Em 1826, por ocasião da renovação dos tratados comerciais, a Inglaterra conseguiu em impor ao governo brasileiro uma cláusula pelo qual este se comprometeria a decretar a abolição do tráfico