YEDDA BRENDA CINTRA SOARES DE MELO
OS OBJETOS SIMBÓLICOS A religião não sacraliza apenas o tempo e o espaço, mas também seres e objetos. Esses representam geralmente alguma característica de um determinado deus. Sobre esses seres e objetos recai a noção de tabu – algo que é considerado intocável, puro, impuro ou sagrado- e nesses seres só tocam aqueles que são religiosamente autorizados para isso, um sacerdote, por exemplo. Um bom exemplo de um ser sagrado é a vaca para o hinduísmo. Nos textos sagrados dessa religião, os Vedas, escritos em aproximadamente II a. C., a vaca é constantemente citada por ser o veículo de transporte do deus Shiva. O mesmo acontece com o rato, veículo de transporte de Ganesh e com o búfalo, de Yam. Sobre esses seres recaiu a ideia de tabu, e por isso não podem ser mortos ou feridos. A popularidade da vaca como sagrada deve-se ao fato de que Shiva é um dos deuses mais populares da Índia, adorado em todas as regiões. Os Vedas, porém, classificam muitos outros seres além da vaca como sagrados, o que não é espantoso já que a religião conta com mais de trinta mil divindades. Outro grande acervo de tabus encontra-se na Bíblia, religião com maior número de adeptos do mundo: o cristianismo. No Novo Testamento não se vê muitos objetos ou seres sendo feitos tabus, pelo contrário, vemos Jesus – o protagonista principal do Novo Testamento- quebrando velhos tabus desnecessários. O que pregou foi que as tantas regras que eram seguidas pelos fariseus (os religiosos da época) de nada adiantavam, pois Deus se importava mesmo com o coração, com a obediência a sua lei e com o amor para com Ele e com o próximo. Encontramos isso no livro de Mateus, capítulo 2, versículo 25, onde Jesus fala metaforicamente: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de ganância e cobiça.” Esse mesmo raciocínio vai acompanhar a fala de