Xingu
A sinopse promete ação e suspense e é bem isso mesmo que se vê nos primeiros minutos. Nada melhor para começar um longa metragem do que uma boa cena de embate, dessas que fazem o espectador prender a respiração. Como não poderia deixar de ser, a trama começa com o primeiro contato entre a expedição liderada pelos irmãos Villas-Boas e uma tribo de índios. Inferiores em número, os brancos levavam vantagem nas armas – de fogo e brancas – que preferem não usar. Para alívio de todos, tudo corre bem e a montagem de um posto e a construção de uma pista de pouso acontece sem morte nem violência.
Embora seja essa a tônica da atuação dos irmãos, não deixam de saltar aos olhos as atrocidades cometidas contra as tribos instaladas no alto Xingu. Apesar dos esforços políticos e humanitários dos Villas-Boas, a imagem que prevalece é a da ganância de governantes que, em manobras populistas, cedem terras a latifundiários e não têm o menor escrúpulo em autorizar a construção de uma rodovia que atravessaria a floresta nativa, inclusive, o território de uma tribo que vivia ainda preservada do contato com a cultura ocidental. Se você frequentava as aulas de história, deve ser lembrar bem da Transamazônica.
Apesar de ter um vínculo forte com a realidade, Xingu não é um registro fiel da história dos Villas-Boas, mesmo porque o filme abrange 40 anos – reduzir esse tempo a 103 minutos seria uma tarefa hercúlea. No entanto, o ritmo da narrativa não deixa a desejar e as escolhas em priorizar