William wilson
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE TEORIA LITERÁRIA E LITERATURA COMPARADA
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS-II
Profª. Drª Regina Lúcia Pontieri.
O Espelho e o duplo: Breve análise do conto “William Wilson”, de Edgar Allan Poe.
São Paulo, novembro de 2011. “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro.”
(Machado de Assis. O Espelho)
Esta breve análise tem como intuito o estudo do conto “William Wilson” de Edgar Allan Poe convergindo os caminhos da crítica e da história a partir de correspondências intrínsecas, extrínsecas e de formulação estética. No conto de Poe, William Wilson se apresenta e aponta o fato do seu nome ser falso, pois o verdadeiro já lhe causara muita vergonha, e pede a atenção do leitor ao que vai contar, ou seja, desde o início o personagem se assume como narrador-autor da história:
“(...) A página virgem que agora se encontra diante de mim não precisa ser manchada com meu nome verdadeiro (...). Que oportunidade, que único acontecimento trouxe essa maldição que vos peço permissão para narrar.(...)”.
A partir da tipologia de Friedman o narrador de Poe pode ser definido como narrador-protagonista, ou seja, a responsabilidade narrativa recai para o personagem principal, que é subordinado a história que conta, dando ao leitor um ponto fixo para observação da história. No conto podemos observar a proximidade que o narrador busca de quem o lê à medida que este faz perguntas retóricas, pausas e observações diretas ao leitor: “(...) Deixai-me, pois, recordar(...)” . O narrador-autor em William Wilson apresenta diversas descrições em relação aos ambientes, mas principalmente em relação ao seu duplo, à medida que tais descrições demonstram a semelhança entre os personagens: “(...)Isto sem falar no fato de sermos da mesma idade e semelhantes no fato de termos a mesma altura, além do contorno geral da figura e