Ensaio sobre o conto william wilson, de edgar allan poe
Edgar Allan Poe traz em seu conto “William Wilson” a história do personagem de mesmo nome que se vê atormentado por seu homônimo – cujo caráter é o oposto do seu – insistente em fazê-lo recuar em suas tentativas de levar vantagem sobre outros. Tal homônimo, porém, passa por estágios de evolução, dos quais sempre saia cada vez mais similar – fisicamente – com William. Prestes a morrer, Wilson relata eventos relacionados à esse Duplo, numa tentativa de chegar à uma conclusão a respeito do mesmo. Neste estudo analisaremos mais profundamente os aspectos e possibilidades que podem ser levantadas da narrativa de Poe.
2. AMBIENTALIZAÇÃO
O tempo cronológico do conto pontua-se pelo crescimento do narrador, que pode ser comprovado com as várias referências que ele mesmo nos apresenta, como em “à medida que avançava em anos [...]”. A fim maiores definições do espaço em que ele ocorre, o dividiremos em quatro momentos:
Infância, Adolescência, Maturidade e Decadência, onde se dá maior destaque no primeiro e no último momento, uma vez que em um o problema é desencadeado, e no outro ele tem fim. Os momentos são marcados pelas intervenções do Duplo na vida de William, que acabam por traçar o caminho seguido por ele até seu estado de quase-morte.
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2.1 Infância
O primeiro momento do conto é delimitado pela estadia de William no internato. Enquadrando-se já citada na construção binária da narrativa, a definição que recebemos do ambiente em que nosso narrador vive é contraditória em vários pontos, como pode ser comprovado nos trechos a seguir: “uma grande mansão elisabetana, cheia de vastos aposentos, situada em uma brumosa aldeia na Inglaterra, na qual havia grande número de árvores antigas e retorcidas e cujas as casas era