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O pensamento simbólico ou representacional é o que melhor qualifica a psicologia humana (Deloache, 1996, 2005). Vivemos em uma sociedade baseada em trocas simbólicas (Cassirer, 1945). Assim, explicar o pensamento simbólico continua sendo um dos grandes problemas para a psicologia. Há potenciais usos de um conhecimento sobre o tema na área educacional: aprendizagem, inteligência, imitação, jogo, linguagem, valores, parecem ser todos, no homem, atividades mediadas, em maior ou menor medida, por símbolos. No presente texto buscaremos apresentar a teoria de Henri Wallon sobre o nascimento do pensamento simbólico. Primeiramente, apresentamos ao leitor uma breve biografia do psicólogo francês, procurando buscar elementos que possam nos auxiliar na reconstrução dos contextos teórico e histórico que possam ter influído na produção da teoria walloniana. Num segundo momento, passamos para a descrição dos principais conceitos e a compreensão da teoria como um todo. No terceiro e quarto momentos, apresentamos o contexto e delimitamos o tema que buscamos elucidar: como é compreendida por Wallon a transição entre o comportamento do bebê, no qual imperam elementos concretos, e aquele da criança pequena, identificado pelo uso de símbolos e signos? Por fim, apresentamos de forma rápida alguns possíveis intercâmbios teóricos que possam ser realizados entre a obra de Wallon e a de outros autores da psicologia contemporânea; nosso interesse é o de evidenciar o valor heurístico ainda presente na obra de Wallon no que concerne ao entendimento de muitas das temáticas da psicologia científica.
Biografia de Wallon
Wallon nasceu em 15 de junho de 1879 em Paris e aí viveu toda sua vida. Terceiro filho de uma família aristocrática, seu avô, de quem herdou o nome, fora historiador e político importante para a história da França, pois por sua intervenção o termo república começou a fazer parte da constituição