Weber
Tomaremos como referência a conferência que Max Weber (1864/1920) pronunciou em 1919, pouco antes de falecer, divulgada com o título de “A política como vocação” (Ciência e política, duas vocações, trad. bras. da Cultrix, diversas edições). Na condição de um dos principais estudiosos desse autor, o pensador espanhol Joaquin Albejan acha que se trata de “profissão”. Nesse texto, Weber fixa as etapas trilhadas pelos partidos políticos, partindo da condição de bloco parlamentar e, de fato, fixa os parâmetros a partir dos quais a atividade passou a exigir uma autêntica profissionalização.
Tomando como exemplo a Inglaterra, diz que, no começo, não passavam de simples conjuntos de dependentes da aristocracia. Acrescenta Weber: “Quando, por esta ou aquela razão, um par do reino trocava de partido, todos os que dele dependiam passavam-se também para o outro campo. Até à época do Reform Bill (de 1832), não era o rei, porém as grandes famílias da nobreza que gozavam das vantagens propiciadas pela massa inerme dos burgos eleitorais. Os partidos de notáveis, que se desenvolveram mais tarde graças à ascensão política da burguesia, conservavam ainda uma estrutura muito próxima da estrutura dos partidos da nobreza.
Num segundo momento, formam-se os partidos dos notáveis, preservada a estrutura primordial do bloco parlamentar. Diversos segmentos da sociedade --profissionais liberais, industriais, pequenos burgueses e mesmo do mundo operário--organizavam-se em clubes políticos e fazia-se então necessário encontrar um chefe que quase nunca provinha de seu próprio meio”.
Prossegue Weber: “Na época, não existiam partidos organizados regionalmente, que encontrassem base em agrupamentos permanentes do interior do país. Não existia outra coesão política senão a criada pelos parlamentares, apesar de que as pessoas de importância local desempenhavam papel marcante na escolha dos candidatos. Os programas incluíam, a par da profissão de fé dos