WEBER
1. Ação Social: uma alternativa às Estruturas. Escrevendo entre fins do século XIX e começo do século XX, o alemão Max Weber se consolidaria como um dos maiores representantes da Sociologia Alemã e, também, como um dos clássicos das ciências sociais ao lado de Karl Marx e do francês Émile Durkheim. Estabelecendo uma teoria sociológica influenciada pela concepção cientificista da época, porém, com peculiaridades que trouxeram contribuições importantes para os debates acerca da objetividade e da relação sujeito/objeto nas ciências sociais – e humanas de um modo geral –, Weber procurou traçar um caminho diferente para o estudo dos fenômenos sociais encontrados por Marx e Durkheim, ambos estabelecendo relações explicativas a partir de elementos estruturais – consciência coletiva na perspectiva de Durkheim, e o capitalismo e a luta de classes na visão de Marx –, e tentando restituir o indivíduo como fonte de conhecimento, atribuindo-lhe um peso substancial na compreensão do que é “social”. Weber não poderia, contudo, colocar em prática a sua visão “compreensiva” da sociedade, na qual o indivíduo tem um papel de protagonismo, utilizando os recursos metodológicos das teorias positivistas e materialistas, populares à sua época, e que não apresentavam uma capacidade explicativa condizente com as suas aspirações. Como alternativa, o autor vai procurar se debruçar sobre os fenômenos sociais sem recorrer a forças de causalidade – estabelecer relações de causa e feito –, mas sim, procurando encontrar nos sentidos e motivações das ações e condutas humanas fatores que possibilitem o sociólogo entender o “porque” determinado indivíduo, ou um conjunto deles, se comportou dessa maneira. Esta é a relação primordial da sociologia weberiana: não procurar encontrar leis que regem o social ou tentar elaborar conceitos que refletem “objetivamente” a realidade cultural, até porque para ao alemão isso é impossível, já que a realidade se