warburg

Aby Warburg – A renovação da Antiguidade pagã

No texto A renovação da Antiguidade pagã, Aby Warburg adentra a cultura da antiguidade clássica em registros literários afim de compor o interesse dos artistas do Quatrocentona. No canto de Homero a Afrodite, há muitas referencias que indicam o conhecimento desse texto por Botticelli e Poliziano. A Deusa chega dos mares sobre uma concha, detalhamentos sobre a ondulação dos cabelos sobre o sopro de Zéfiro. Aby Warburg acredita que a literatura inspirou a imagem e considera Poliziano também o inspirador de Rafael e Michelangelo. Ambas as obras de Poliziano e Botticelli parafraseiam o canto Homérico, mas na poesia de Poliziano ha refenr^encia as três Horas que no quadro de Botticelli foram reunidas em uma única cena.“ Assim a poesia é identificada como a versão anterior no tempo e mais próxima do seu modelo, e o quadro como versão posterior e mais livre”. No livro Liber de pictura de Alberti há reflexões quanto a forma que tornara a pintura mais natural e graciosa: “que todos os movimentos sejam moderados e naturais e procurem mais a graciosidade do que a admiração pelo trabalho”. Ainda nesse texto ele destaca que os movimentos que são naturalmente pesados ganharão graciosidade do vento sobre as pregas das roupas e os cabelos gerando leveza. Aby considera Alberti um inspirador dessas figuras em movimento. A descrição do Reino de Vênus fala da mulher com adornos orgânicos que segura o pano para cobrir a deusa como a primavera “Pois sempre triunfa ali a Primavera Que estende ao ar seus cabelos louros e tece com mil flores a sua guirlanda”.