O tempo interno da arte: Aby Warburg e Bill Viola
4393 palavras
18 páginas
ISSN 2236-0719ARTE E SUAS INSTITUIÇÕES
XXXIII COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE
O tempo interno da arte: Aby Warburg e Bill Viola - Angela Grando e Waldir Barreto
O tempo interno da arte: Aby Warburg e Bill Viola
Angela Grando
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Waldir Barreto
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Resumo: O estudo discute, a partir da forma histórica de energia visível na série The Passions de Bill Viola, o conceito de Nachleben, ou princípio de sobrevivência do passado, proposto por Aby Warburg.
Palavras-chave: Aby Warburg. Bill Viola. Nachleben.
Pathosformel.
Résumée: L’étude examine, à partir de la forme historique de l’énergie visible dans la série The
Passions de Bill Viola, le concept de Nachleben, ou la notion de survivance, proposé par Aby Warburg.
Mots-clé: Aby Warburg. Bill Viola. Nachleben.
Pathosformel.
Na universidade, Bill Viola teve uma ideia atraentemente radical: gravar tudo o que pudesse da vida. Seria o seu método de investigação sobre o tempo. No entanto, certo dia foi repentina e impiedosamente assolado por uma
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XXXIII Colóquio CBHA 2013 - Arte e suas instituições
terrível perspectiva do seu projeto: dispor de toda uma segunda vida para ouvir aquilo que houvesse sido gravado.
Esta constatação potencialmente paralisante permitiu, por outro lado, uma decisiva descoberta, digamos, kantiana: o tempo não é um dado, senão uma consciência.1
O giro fundamental empreendido por Immanuel Kant
(essa espécie de “anástrofe epistemológica”, a qual ele chamou de “ensaio copernicano sobre a metafísica”, e que mudou os rumos do pensamento ocidental) supunha “que os objectos se deveriam regular pelo nosso conhecimento”.2
Era o estabelecimento do sujeito constituinte. Kant, então, inaugurava o que ele mesmo considerou como o “novo método do pensamento”. Quase duzentos anos depois, o giro fundamental experimentado por Viola, segundo ele próprio, se deu com