WalterBenjamin
I. Introdução
Este trabalho tem como objetivo, a partir do pensamento do filósofo alemão Walter
Benjamin demonstrar as transformações ocorridas na sociedade moderna decorrentes da ruptura da tradição que constitui o conceito de queda da “experiência”. O ponto de partida de Benjamin é o deslocamento do conceito de “experiência” onde o sentido da vida se encontrava na tradição coletiva e na autoridade do passado para o conceito de
“vivência” onde o sentido da vida se encontra na individualidade. A perda de sentido na tradição coletiva dá lugar a inúmeras “vivências” privadas. Tais mudanças ocorreram com o advento da sociedade burguesa industrial.
O surgimento do romance moderno é sintoma da busca de um novo sentido da vida, tendo se tornado na modernidade a expressão literária predominante; a forma de literatura burguesa. Na passagem da narrativa tradicional para o romance moderno a sabedoria dá lugar ao novo que predomina sobre o que é antigo e exemplar. O passado coletivo se perde no individual. A burguesia suprime as experiências contadas e compartilhadas, uma nova forma de vida se impõe e se estabelece.
Os conceitos de Benjamin se aplicam à forma clássica da poesia lírica de Baudelaire e à pintura de Degas, desvelando em suas obras a ruptura da tradição e o surgimento da modernidade, a crise do pensamento, a diferença entre o tempo qualitativo da experiência e o tempo da ciência indiferente à nossa vontade, a alienação da vida e o isolamento do indivíduo na sociedade moderna. Benjamin estuda a experiência do
“choque” característica das massas urbanas, que tira a tranquilidade do homem em meio ao sobressalto do movimento urbano. A aceleração da vida moderna associada à fragmentação dos estímulos e busca de entretenimento associado aos sentidos são consequências do rompimento da modernidade com a tradição; da “ruptura da experiência”. Os sentimentos do tédio e da melancolia se incorporam a vida do homem moderno onde a técnica se sobrepõe ao homem. E