Walter benjamin - «a obra de arte na época da sua possibilidade de reprodução técnica»
No princípio da história da humanidade, o mundo estava mergulhado num imensa escuridão, numa noite sem fim onde nada era distinguível. Quando é colocado nessa escuridão, o homem, ao abrir pela primeira vez os olhos, nada consegue ver, apenas consegue ter a percepção de está contido num corpo e que tudo o resto lhe é exterior. Essa noite infinita acaba quando nasce o sol, sendo que é ele o elemento operador da divisão, é ele quem permite distinguir e identificar qualquer coisa, colocando assim o homem numa realidade totalmente desconhecida. Ao fim da escuridão, da noite infinita, dá-se o nome de divisão originária.
A partir da divisão originária a criação das mesmas passa a ser potencialmente infinita, onde cada cultura ia criando imagens como modos de representar a natureza e os seus perigos, de modo a ajudar o homem a identificá-los e ultrapassá-los. As imagens surgem então como uma tentativa de organizar o mundo, e é o povo grego o primeiro a tratar deste problema da divisão infinita das imagens através da metafísica. Esta disciplina alia fundamentos da filosofia, religião e ciência, com a pretensão de tentar explicar o que estaria antes do homem e o que o teria criado, operando uma nova união que trava a divisão potencialmente infinita, passando a existir uma divisão dualista. Até então era possível operar-se a divisão até estar tudo perfeitamente desligado e identificado, mas com o aparecimento desta divisão dualista passam a existir dois eixos que organizam todas as imagens, essas duas partes contêm tudo o que existe, como por exemplo: interior/exterior, humano/divino e mortal/imortal.
No século XIX o desenvolvimento das técnicas de reprodução da imagem vêm permitir que as imagens se fixem e reproduzam em grande escala, levando a uma desorganização das mesmas e consequente queda da sua aura. Benjamin