vitruvio
O tratado De Architectura libri decem, escrito por Vitrúvio, é uma abrangente reflexão feita no século I a.C. sobre a disciplina da arquitetura e procura, através do seu estudo, requalificar a prática profissional em voga na Roma do Imperador César Augusto. Dividido em dez volumes, o autor descreve o oficio do arquiteto, condenando práticas clientelistas e equívocos sobre a arte edificatória. O objetivo primeiro do tratado vitruviano é registrar as matérias essenciais de cada gênero de edificação, detalhando questões de base sobre as diferentes tipologias e exemplificando-as.
De forma sumária, os dez livros contemplam os seguintes conteúdos:
Livro 1: Sobre os conhecimentos necessários à formação do arquiteto.
Livro 2: Sobre os materiais e a arte da construção
Livros 3 e 4: Sobre os edifícios religiosos.
Livro 5: Sobre os edifícios públicos.
Livro 6: Sobre os edifícios privados.
Livro 7: Sobre os acabamentos
Livro 8: Sobre hidráulica e distribuição da água
Livro 9: Sobre gnomônica nas edificações.
Livro 10: sobre mecânica e os princípios das máquinas
Livro 1
No Primeiro Livro, Vitrúvio define a arquitetura e os conhecimentos necessários à formação do arquiteto. Para o autor, a “ciência do arquiteto” compreende tanto a prática quanto a teoria, sendo que a primeira requer a experiência e a segunda se faz necessária para explicar as coisas relativas ao engenho e a racionalidade. É repleta de várias disciplinas e saberes tais como geometria, filosofia e música, desta forma, o arquiteto deve atingir a técnica guiada por artis studium, ingenium e sollertia. “Nesse canteiro, a sollertia adquire posto superlativo, pois não se desliga do talento natural (ingenium), fortalecido pelo exercício e aliado ao estudo das artes, constituindo-se como uma “competência” na qual a ciência, a formação doutrinal, o domínio dos preceitos consagrados dirige plenamente a habilidade prática” (D’Agostino).
Vitrúvio, além