Visões e relatos elaborados pelos cronistas gabriel soares de sousa e ambrósio fernandes brandão sobre as riquezas das terras do brasil
Douglas Coelho Rodrigues
Resumo: Este artigo analisa as visões, relatos e descrições dos cronistas Gabriel Soares de Sousa e Ambrósio Fernandes Brandão sobre as terras do Brasil, pondo ênfase nos pontos em comum dos dois em relação à empresa colonial, no que consideravam essencial para o seu sucesso e de que forma se podia explorá-lo e contornar o que consideravam como empecilho para isso.
Palavras-chave: Colonização; riquezas; descrições; representações;
INTRODUÇÃO:
O processo de colonização das terras do Brasil foi uma grande empresa a qual abarcou a conquista de novas terras, à aquisição de novos fiéis à Igreja. Para tal empreendimento e o seu sucesso inicial, houve a incumbência dos navegantes, escrivães e demais pessoas letradas de escreverem e relatarem sobre os territórios à sua realeza e aos nobres da Corte. Entre outras questões elaboraram também, a partir de seus conceitos, dotados num primeiro momento, de certa alegoria, a qual fez parte da ideia de mundo do europeu de fins da Idade Média e início da Moderna, a visão sobre os habitantes da terra, dos seus costumes e cultura. Acreditavam estes cronistas – e como se fez acreditar durante os séculos de história –, igualmente aos demais colonizadores, que as terras recém-ocupadas, devido à forma a qual a natureza se encontrava, exuberante e intocada, estavam até aquele momento livres da ação humana, ou seja, sem dono, e estavam prontas para ser exploradas. Os índios eram, em si, um elemento a parte no meio natural. Então, a partir da grande pretensão de se colonizar, e como um meio de garantia de que tal empreendimento desse seus frutos, e que pessoas viessem de Portugal para habitar as novas terras, os cronistas passaram a descrevê-las; faziam-na da melhor forma possível, a qual despertasse o interesse para a obtenção de riquezas, aliada a um panorama