Visitantes E Visitados
Relações entre visitantes e visitados: um retrospecto dos estudos sócio antropológicos Margarita Barretto
Desde as origens do turismo de massas, na década de 1950, logo depois da
Segunda Guerra Mundial, as expectativas em torno do turismo, do ponto de vista cultural, tem estado centradas na potencialidade do mesmo para promover o intercâmbio cultural entre visitantes e visitados, o conhecimento do outro, a consciência da
alteridade
e,
como
conseqüência,
a
paz
mundial.
Esta
potencialidade do turismo foi difundida pela Organização Mundial do Turismo a partir de afirmações realizadas por um dos primeiros teóricos da economia do turismo, W. Hunziker, que entendia que o turismo tornara-se o pr im e ir o i ns t r um ento da c o mp r ee ns ão e n tr e os p o vos [que] p ermite o enc on tro d e se res h umanos
{...] os reúne {...] cons titu i um dos princ i pais fatores de a pr o x i maç ã o e n tr e os p o vos e, co nseq üente me nte , d a man u te nção d e r e laçõ es p ac ífic as (a pud Kr ip pe ndo r f, 200 1 , p , 8 2) .
Na década de 1980, ao mesmo tempo em que se proclamava ser o turismo uma força para a paz e o entendimento, as organizações religiosas reunidas na
Coalizão Ecumênica do Turismo do Terceiro Mundo denunciavam os danos provocados por ele, chegando a dizer que “a idéia de que este fenômeno favorece a paz e a amizade entre os povos [é] um mito contemporâneo” (Crick, 1992, p.
361).
As pesquisas realizadas até o momento não indicam que os objetivos de entendimento e aproximação tenham sido atingidos. Ao contrário, parecem indicar que se repetem, no turismo, velhos problemas que acompanham a história social da humanidade, tais como o colonialismo cultural e a xenofobia, e que as relações interpessoais acabam seguindo a lógica mercantil, ou seja, se comercializam como bem de consumo.
O relacionamento entre visitantes e visitados varia de caso para caso, em
função