VISITA DOMICILIAR
O que é este dispositivo na saúde mental
Dentre as formas de intervenção junto às comunidades, encontram se as Visitas Domiciliares, um dos dispositivos utilizados em saúde mental, onde há o deslocamento do profissional até o domicílio do usuário com o objetivo de prestar atenção à saúde, seja investigando alguma situação específica, seja fazendo algum comunicado ou resgate de paciente ao serviço, ou ainda fazendo acompanhamento como forma de mantê-lo vinculado ao tratamento. A visita domiciliar amplia a interatividade entre o serviço e o usuário e se desenvolve dentro dos princípios da humanização.
Pode-se dizer, então, que o objetivo principal da visita domiciliar é buscar a capacitação das famílias para que estas possam utilizar recursos próprios, a fim de resolverem os seus problemas, incluindo-as no processo de tratamento (Brandão, 2001). Só a partir de sua capacitação que a família pode se sentir segura e confiante para lidar com os problemas oriundos do convívio com a loucura, evitando as internações recorrentes e a conseqüente alienação social do usuário de saúde mental.
Para conseguir alcançar o sujeito que sofre, é necessário que o profissional tenha uma escuta diferenciada, que envolva o sujeito, sem julgamentos, sem pré-conceitos estabelecidos socialmente. Tenório (2001) destaca que um técnico só pode chegar a compreender o sujeito e a família a partir do momento em que ele se permite ser surpreendido com algo novo que surge no relacionamento, questionando os seus conceitos a priori. Para que o profissional possa abranger a dinâmica familiar subjetiva, é necessária a modificação do conceito e da culpa dos familiares com a conseqüente valorização de seus saberes da loucura enquanto doença orgânica e incapacitante, devolvendo o poder de verdade à palavra do louco (Tenório, 2001). Consequentemente, a família começa a ver esse sujeito como um novo ser, alguém não mais normatizado, mas sim, um sujeito que tem muito a contribuir para o