Violência estatal e insegurança social
INTRODUÇÃO 1
METAMORFOSE DO ESTADO: PUNIÇÃO E VIOLÊNCIA 2
“MONOPÓLIO LEGÍTIMO DO USO DA VIOLÊNCIA” E ESTADO CONSTANTE DE INSEGURANÇA SOCIAL 3
PENALIZAÇÃO DA POBREZA E INSEGURANÇA SOCIAL 7
ANEXOS 10
BIBLIOGRAFIA 11
FILMOGRAFIA 12
INTRODUÇÃO
[pic] (Foto tirada por Carolina Pazinato, rua Florida, Buenos Aires, Argentina)
A cena que se vê na foto deixou de ser uma exceção há muito tempo. De certa forma, essa é uma condição “normal” na maioria dos centros urbanos, e que se repete de esquina em esquina, em todas as ruas e becos de muitas cidades. Essa condição de mendicância e pauperismo, no entanto, tem raízes tão profundas quanto se possa imaginar. É resultado de mudanças econômicas e sociais que tiveram início no século XIX, com a Revolução Industrial, e que têm continuidade hoje, em um ritmo muito mais acelerado e imprevisível. Os problemas atuais têm inicio entre as décadas de 1970 e 1980, com a adoção maciça de regimes neoliberais e consequente fim do Estado de bem estar social. Em seu lugar, instaura-se o Estado punitivo, que pune de maneira violenta o pauperismo e as classes marginalizadas pelo sistema, não por elas serem de fato as culpadas pelos problemas sociais, mas simplesmente por não servirem mais ao sistema e, por isso, cristalizarem as ameaças de uma sociedade. Além disso, são pessoas vistas de uma maneira extremamente negativa por outras classes sociais, as classes sociais dominantes. Então além da violência proveniente do Estado, há a violência moral e psicológica, representadas pela aparente inexistência, maus tratos e seu uso como bode expiatório. Há, ao mesmo tempo, a proliferação da insegurança no meio de trabalho, pois é imposta uma liberdade ao trabalhador que serve apenas para desqualificá-lo caso ele não se adapte às novas exigências do mercado. Assim, há constantemente o medo de estar na condição de desempregado, e, logo, ser