Violência Cultural
Ms. Agnes Jaloto Franzotti
Refletindo acerca da violência, podemos referir a algo talvez pouco pensado em termos de violência per si: a violência cultural é pouco conhecida, e constitui na substituição de uma cultura por um conjunto de valores importados e forçados.
O próprio processo de globalização encerra em si mesmo uma agressividade de embates culturais, oriundas do mesmo processo econômico-cultural. O fluxo de pessoas e informações, intrínseco a esse mesmo processo, demonstra que estamos numa sociedade multicultural. Estamos preparados para aceitar as diferenças?
A mistura de grupos humanos distintos entre si coexistindo num mesmo espaço é um fato social histórico recorrente. Cobo (1999), aborda que o multiculturalismo entendido como uma manifestação da diversidade, do pluralismo cultural e da presença numa mesma sociedade de grupos com diferentes códigos culturais, não é uma condição singular da cultura moderna, mas condição normal de toda cultura.
O multiculturalismo, sem dúvida está vinculado aos fatos sociais novos. O primeiro deles é a emergência de grupos sociais que anteriormente eram invisíveis. Por exemplo, dos coletivos homossexuais e das mulheres. Esses grupos sociais têm uma longa tradição de luta contra sua opressão.
A origem do movimento feminista, por exemplo, remonta à Revolução Francesa, e do movimento gay ao século passado. Sem dúvida, será a partir dos anos setenta quando estes movimentos reiniciam um lento caminho na sua constituição como atores sociais coletivos. Algumas diferenças e discriminações podem ser constantes durante longos períodos históricos, mas só em algumas épocas adquirem caráter politicamente significativos. Sendo exatamente o cerne da questão aqui: a aceitação da distinção cultural, o respeito ao outro a fim de conter o preconceito, a xenofobia que muitos casos leva a atitudes violentas. Quem de nós não sabe de um caso de violência contra gays e mulheres? O exemplo