Violência Como Expressão Midiática
Rafaela de Mello Santos2
Resumo:
Desde a época das “Tragédias gregas” o ser humano nutre uma certa fixação por uma dramatização da violência. A mídia, por sua vez, se aproveitando dessa fraqueza, explora ao limite a violência. Este artigo tem por objetivo analisar os motivos que levam os meios de comunicação a ter essa necessidade de explorar os dramas. Para isso serão analisados alguns dos mais recentes acontecimentos explorados pela mídia e investigado a linha tênue da mídia divulgar os crimes para prestar contas a população e usá-los em beneficio próprio.
Palavras-chave: mídia, violência, sociedade, público, tragédias.
A mídia como juíza de um crime Durante o período de março de 2008 até março de 2010, ou sendo pessimista até os dias de hoje, o Brasil vive o fantasma do “Caso Isabella”. Desde o dia que surgiram as primeiras informações na mídia sobre o acidente no qual, uma menina de cinco anos, Isabella Nardoni, caiu do prédio onde passava o final de semana com o pai, Alexandre Nardoni e a madrasta Ana Carolina Jatobá, os espectadores receberam grandes cargas de informações sobre o ocorrido. As emissoras iniciaram uma cobertura exaustiva, com repórteres de plantão e especiais sobre o caso. Passaram a culpar o pai e madrasta, sem sequer ter provas concretas sobre a culpabilidade de ambos e, elevaram a mãe, Ana Carolina de Oliveira, praticamente ao patamar de santa. O resultado de tais ações foi visto no dia do julgamento. Pessoas enfurecidas esbravejavam em frente ao Fórum, exigindo a condenação dos réus e até mesmo o juiz, Mauricio Fossen, citou em seu discurso final que não poderia abrir mão da condenação, já que a mídia e a sociedade já o tinham feito. A verdade foi imposta pelos programas e as pessoas tomaram, instantaneamente, como fato. Como cita Sylvia Moretzsohn:
Não é difícil perceber que esses rituais são postos sob suspeita e encarados como manobras que, paradoxalmente, visariam a