Violencia
Para entendermos o papel do Estado na segurança pública, torna-se necessário um breve resgate acerca de sua formação. Hobbes, já no século XVII, esclarece que os homens, desde suas mais primitivas formas de agrupamento, possuem um sentimento natural de busca sua própria conservação e por uma vida melhor. De acordo com esse autor, existem leis naturais (justiça, eqüidade, modéstia, piedade, entre outras) que se resumem em fazer aos outros o que queremos que nos façam. No entanto, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, essas leis não são cumpridas. Nesse contexto, prevalecem as paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. Isso mostra que há a necessidade de legitimar um poder que promova a paz e a segurança às pessoas por meio da imposição de regras (Hobbes, 1984). Segundo Hobbes (1984), por sua própria caracterização natural, o homem descobriu a necessidade da constituição de um poder comum ao qual todos devam submissão, temor e obediência, ou seja, o Estado. O Estado seria comparado a uma multidão unida em torno de uma só pessoa, representada, simbolicamente pelo “Leviatã”, um monstro todo-poderoso equivalente a um Deus mortal, especialmente criado para acabar com a anarquia e o caos social da sociedade “primitiva”. Pode-se extrair dessa obra a primeira concepção do papel do
Estado na segurança pública: garantir a paz social, impedindo a guerra de todos contra todos.
Hobbes mostra que havia a necessidade do Estado intervir instituindo as regras da boa convivência social em troca da subserviência dos indivíduos. Assim, o papel do Estado na segurança pública sob a ótica de Hobbes está em confiar todo o poder a uma única instância. 5
Hobbes mostra que uma das consequências da falta de um Estado absoluto instituído.
A percepção da sociedade tem mudado quando se trata de entender quem são os