Violencia
A violência sexual é um dos principais indicadores da discriminação de gênero contra a mulher. Pesquisa coordenada pela OMS (2002), em oito países, retrata o perfil da violência sofrida pelas mulheres na faixa etária de 15 a 49 anos. No
Brasil, o estudo foi realizado em São Paulo e na zona da mata de Pernambuco. Nesses municípios,
29% das mulheres relataram violência física e/ou sexual por parte do companheiro. Em
Pernambuco, 34% das mulheres relataram algum episódio de violência cometido pelo parceiro ou exparceiro. Dentre as mulheres agredidas, foram relatados problemas de saúde: dores ou desconforto severo, problemas de concentração e tontura. Nesse grupo também foi mais comum a tentativa de suicídio e maior freqüência do uso do álcool. Os dados dessa pesquisa confirmam que a violência sexual e/ou doméstica é um grave problema de saúde pública. Porém, entre as mulheres que relataram violência, apenas 16% em
São Paulo e 11% em Pernambuco buscaram hospitais ou centros de saúde (OMS, 2002).
Considerando-se que São Paulo concentra a maior parte dos serviços de referência no Brasil (BRASIL,
2002a), esses percentuais indicam pouca divulgação e dificuldades de acesso aos serviços.
A avaliação realizada pelos gestores municipais do programa de atendimento à mulher vítima de violência em Curitiba demonstra que, ao longo do primeiro ano, houve um aumento crescente da busca pelo serviço, o que é atribuído à estratégia de divulgação dos serviços e à articulação entre os diferentes setores que prestam assistência às vitimas de violência (PARANÁ, 2003).
A média de atendimentos em Curitiba, em 2002, passou de 18 casos/mês, no primeiro trimestre, para 48 casos/mês no último trimestre. Durante o ano, foram registrados 455 casos, sendo que 56,
51% foram de residentes na capital e 41,88% na região metropolitana. Na maioria dos casos, as vítimas tinham até 29 anos de idade. No grupo das crianças agredidas sexualmente, com até 12 anos,
83,65% dos