DISCIPLINA CONHECIMENTO E SABER Poder, violncia e conhecimento VIOLNCIA ESCOLAR DADOS PARA INICIAR UMA CONVERSA Manuel Muoz Os meios de comunicao apontam diariamente um aumento dos sintomas de violncia e agressividade fsica ou verbal que atentam contra os direitos individuais e coletivos e que obstaculizam a convivncia democrtica nos centros escolares. Contudo, a violncia no um fenmeno novo as sementes e manifestaes da violncia acompanham a histria do ser humano. Antes se reprimiam de forma autoritria na escola e na famlia, se manifestando na rua. Agora aparece de forma assustadora nas escolas. Em muitos casos, o problema da violncia que se manifesta nas escolas fica nas mos do professor que, sozinho, impotente e sem recursos, tenta fazer o que pode ou, simplesmente, renuncia sua responsabilidade para sobreviver num meio percebido como hostil e selvagem. E no uma questo restrita rede pblica de ensino. Sirvam como exemplo os dados de uma pesquisa realizada para mapear as condies de sade e trabalho dos docentes da rede privada de ensino mineiro divulgada no dia 28 de abril de 2009. Foram entrevistados 2.500 professores numa parceria entre sindicatos de profissionais da educao e MTE (Ministrio do Trabalho e Emprego). No Estado de Minas Gerais, 41 dos professores da rede particular de ensino reclamam que j foram agredidos ou ameaados por alunos pelo menos uma vez, sendo que o 92,84 alegam sofrer cansaos fsico e mental. As conseqncias do fenmeno so sentidas por todos educadores, famlias, poder pblico e, principalmente, nossas crianas e jovens. A pesquisadora Marlia Spsito, ilustra esta afirmao num artigo em que realiza balano da pesquisa sobre as relaes entre violncia e escola no Brasil, aps 1980. A percepo das tenses existentes entre alunos ou entre estes e o mundo adulto tem afeta do o clima dos estabelecimentos escolares, especialmente a ao dos professores, que passam a sentir-se sob ameaa permanente, quer real ou imaginria. O medo do aluno leva o docente a uma