Vinculação pós-natal
A vinculação é uma relação afectiva entre dois indivíduos, sendo que uma relação é determinada pela história de todas as interacções individuais, mas implica mais que a soma total de interacções do passado e do presente (Stern, 1980).
A interacção é apresentada por Thoman, referenciado por Pedro (1985), como um processo recíproco com uma acumulação da sua própria história. Bromwick, segundo Pedro (1985, p. 108), reúne o consenso da maioria dos autores, definindo a interacção mãe – bebé como “ (…) um processo recíproco, sendo influente nas respostas de cada um, o comportamento do outro e, ainda, que o primeiro requisito para o desenvolvimento óptimo do bebé é a relação mutuamente satisfatória entre ele e a sua mãe”. Stern, referenciado por Figueiredo (2001), salienta que a interacção mãe – bebé é um processo interactivo único e singular, distinto do que acontece entre os indivíduos em geral, uma vez que muitos dos comportamento exibidos pela mãe perante o bebé representam “ variações invulgares do seu comportamento habitual com o adulto”(cit por Figueiredo, 2001, p.12).
As interacções pais – bebé, bem como o desenvolvimento social e afectivo da criança pequena têm sido objecto de numerosos estudos nas últimas décadas. Figueiredo (2001), aponta a década de 50 como o despoletar do interesse dos investigadores pelos componentes e características do ambiente precoce da criança mais determinantes para o seu desenvolvimento social e emocional, sendo disso exemplo o trabalho de Bowlby, Ainsworth, Boston e Rosenbluth sobre os efeitos da separação precoce mãe - bebé. No momento seguinte, investigadores como Bowlby, Ainsworth, Spitz, Klein e Winicott insistiram no estudo da importância das primeiras relações da criança, enquanto experiências fundamentais no desenvolvimento do ser humano e não apenas como forma de satisfação das suas necessidades fisiológicas (Pedro, 1985; Figueiredo, 2001; Brazelton e Cramer, 2004). De acordo com Pedro