Vilma Nascimento
R: Recebi esse apelido carinhoso que gosto muito do repórter Waldinar Ranulfo. Ele dizia que ao me ver dançar parecia estar vendo um cisne no lago, dizia que eu flutuava como os cisnes.
- Como e com quem a senhora aprendeu a dançar? R: Sozinha, pois naquela época não tinha televisão, internet, em geral não tinha a mídia que temos hoje. Não tinha esse habito de uma escola ir visitar outra escola, sendo assim não tinha nem como aprender a dançar vendo outra porta-bandeira dançando. Tive um pouco de influencia da minha mãe que foi porta estandarte de rancho, mas acredito que a dança foi um dom que Deus me deu. Quando entrava na avenida eu crescia e nem eu me conhecia, me sentia a rainha e pensava “AGORA EU SOU RAINHA, NÃO TEM PARA NINGUEM, DAVA MINHA CORRIDINHA E JÁ ENTRAVA RODOPIANDO, ERA LINDO”.
- É verdade que a criação do "talabarte" foi ideia da senhora? Como se deu e precisamente em que ano?
R: Criei o talabarte pela primeira vez em 1959. Sempre desfilávamos sem talabarte, mas em 1958 após o desfile, fiquei com a cintura, na parte que apoiava a bandeira em carne viva, senti muita dor durante o desfile, mas não deixei transparecer isso para o povo e no ano seguinte criei o talabarte. Pedi para o Arnaldo das Faixas fazer. Ele já fazia minhas bandeiras e desenhei como queria o talabarte. - O que significou para a senhora, depois de tantos anos defendendo a Portela, passar a conduzir o pavilhão da Tradição? Como a senhora enxergava isso e como os portelenses da época, a imprensa e os torcedores reagiram?
R: Foi ótimo, pois o que eu queria era dançar e eu sempre gostei de dançar, uma satisfação, todo ano para mim era uma novidade. Além disso, queria ajudar a escola com as minhas notas e graças a Deus deu tudo certo e em todos os anos que desfilei consegui conquistar a nota 10.
A maioria dos portelenses e dos torcedores não tiveram muita reação, pois já havia nove anos que eu não desfilava