Vigiar e punir
Ficarmos omissos agora é assinarmos um atestado de hipocrisia e falta de vergonha na cara, de apatia que será cobrada pelas futuras gerações. É mostrar que ano passado só se estava querendo postar foto no Facebook.
Toda a modernidade emergiu e foi marcada sobre um eixo: a internalização da segurança pública para o poder público ao invés de milícias privadas, se tornando uma função pública basilar. Agora a segurança pública se torna mercadoria. Não duvido nada que isto está sendo orquestrado desde os anos 80 no mundo e agora vem com força ao Brasil. É o abraço à barbárie.
Questão de raciocínio: é mais barato e administrável um sistema de provimento de alimentação em que os presos participem do preparo da comida, do que isso de comprar quentinhas superfaturadas, que se estragam e por sua vez estimula uma rede em que presos acabam se endividando com agiotagem de facções na cadeia para comer e obter outros itens necessários, e depois terem que pagar sabemos como. Mas a rede da máfia das quentinhas tem tentáculos robustos em financiamento de campanhas, departamentos de trânsito, etc. Agora essa lógica vai abocanhar o sistema todo. Dizem que elas vão ajudar na ressocialização dos presos. Ajudar como? Elas vão abrir fábricas lá dentro? Porque todo mundo concorda que é necessário dar trabalho aos presos, mas quem vai? É impensável que se dê conta de por todo mundo pra fazer horta ou viável viver de bonequinhos de picolé. O que estas terceirizadas vão fazer, maquiladoras em escala pra competir com a América Central ou Leste Asiático? Alguém acredita nisso?
O Panopticon
Elas querem é mais gente presa para ganhar mais