Vigiar E Punir Corpos D Ceis
No século XVIII o corpo torna-se o principal poder do ser humano que é trato semelhante a um soldado, tem como uma de suas principais características, a disciplina e obediência. Ao mesmo tempo é um corpo Dócil, manso, sendo alvo fácil de muitos que querem manipula-lo e fazerem do mesmo uma “máquina” que desempenha várias funções com eficácia e rapidez.
Diferentemente da época da escravidão, esses “corpos” são bem ressarcidos financeiramente, e quanto mais trabalho mais dinheiro é acumulado, trazendo poder para o mesmo. Para isso requer-se desse ser humano, em primeiro lugar da disciplina, pois é através dela que é desenvolvido um controle minucioso das operações do corpo, em uma relação de docilidade/atividade.
Foucault tem como base quatro disciplinas para a formação dos “corpos dóceis” fundamentais no corpo humano: Arte das distribuições; Controle das atividades; Organização das gêneses; e Composição das forças.
"O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto mais útil é. Forma-se então, uma política de coerções que consiste num trabalho sobre o corpo, numa manipulação calculada dos seus elementos, dos seus gestos, dos seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, os chamados "corpos dóceis". A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças ela dissocia o poder do corpo faz dele por um lado uma "aptidão", uma "capacidade" que ela procura aumentar; e inverte por outro lado a energia, a potencia que poderia resultar disso, e faz dela uma relação de sujeição estrita". (Foucault, 1997).