Vigiar e Punir - Análise sobre dispositivos da divisão de poder hierarquizada e vigilância na educação
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O autor apresenta um novo dispositivo de poder que é o uso desse poder de maneira “furtiva”, “camuflada”. Um plano de poder que individualiza até certo ponto os indivíduos a fim de controla-los e monitorá-los. Um adestramento que visa disciplinar multidões confusas e “inúteis” e dar-lhes forma e função. Para esse novo poder disciplinador que se constrói não sendo mais uma força repressora vistosa e implacável, criam-se dispositivos que permitam a constante vigilância e aplicação correta desse adestramento nas massas que se quer disciplinar. Essa vigilância constante acaba criando nos corpos disciplináveis a noção de hierarquização necessária para este plano de poder funcionar. E esse vigilância constante não parte apenas da parte que “aplica” o poder. Os próprios corpos, induzidos a “crescer” nesse plano hierárquico, fazem uma mútua vigilância de si, articulando ainda mais o dispositivo de vigilância criado aqui para por em prática a disciplina. Esse novo modo de controle, de poder é o mais adequado, visto que a aplicação do poder repressor não remodela os indivíduos a uma condição “útil” à sociedade. Não é mais necessário um dispositivo de poder que apenas aprisione, puna o indivíduo, mas que o molde a algo que possa servir e que seja “produtivo”. Esse dispositivo de poder pode ser encontrado principalmente nos moldes da instituição escolar, a princípio sobre hierarquização militar e posteriormente, um modelo adotado em toda instituição educacional. Esse disciplinamento hierarquizado e sobre constante vigilância traz mudanças radicais nos modos de administração de instituições públicas, como as escolas, hospitais e quarteis. Ele quebra a multiplicidade do indivíduo e o torna um ser subjetivo observável, sobre controles diversos. E essa vigilância constante classifica e quantifica o indivíduo, o colocando em seu determinado lugar de acordo com sua característica de comportamento e de ações. Por exemplo: nos hospitais, os doentes são classificados por