VIDA E OBRA DE DECARTES
Vida e Obra por Denis Lerrer Rosenfield (P. 05) Descartes acreditava que colégios e Universidades não ensinavam propriamente a verdade das coisas, mas contentavam-se com a repetição dos ensinamentos dos antigos, principalmente de sua recepção no transcurso da Idade Média. Por isso Descartes fez sua carreira à margem da universidade. (...)
(P. 06) Havia uma profunda inquietação com as formas da filosofia e da ciência reinantes naquela época. Para ele a ciência e a filosofia estavam esclerosadas, pois tinham como ponto de referencia indubitável e verdadeiro a filosofia escolástica, de cunho tomista-aristotélico, como se não mais coubesse a pergunta pela verdade de algo, de uma preposição, mas tão somente uma disputa dobre a interpretação de “verdades” tidas como eternas.
Para Descartes era necessário resgatar o princípio da filosofia, isso implicava um pensamento autônomo, livre de quaisquer amarras e, sobretudo, livre de toda espécie de preconceito.
Se cada um de nós almeja ter uma ideia verdadeira, devemos preliminarmente afastar todo pré-conceito e pré-conhecimento, sedimentado no senso comum.
O senso comum de uma época, qualquer que seja, não é nem pode ser critério de verdade.
Aventura e filosofia.
(P. 07) Seu propósito central, ao viajar, consistia em nada reconhecer como verdadeiro sem que, antes, tivesse passado previamente pela sua razão, pelo crivo de um procedimento metódico, baseado na dúvida e na hiperbolização dessa.
Nenhuma idéia merece o qualificativo de verdadeira, senão for objeto de um questionamento radical que permita chegar a princípios, proposições primeiras, que sejam, de fato indubitáveis.
O diagnóstico de Descartes sobre o conhecimento de seu tempo era que este tinha sido desordenadamente construído, sem um principio condutor.
(P. 08) Para ele o conhecimento e a ciência exigem trabalho, questionamentos sistemáticos e métodos. O dogmatismo é o pior companheiro da filosofia.
Um novo edifício seria necessário,