Victor de aveyron e meninos lobos
Victor de Averyon foi visto pela primeira vez estando nu enquanto estava à procura de alimentos no bosque de Caune na França onde três caçadores o imobilizaram e o levaram para a presença do médico Jean Itard que no futuro viria a ser conhecido como o inventor da Otorrinolaringologia. O garoto não sabia se comunicar e teve seu nome dado pelo jovem médico. Após diversas tentativas de reintegrar o menino a sociedade poucos avanços eram feitos nas diversas áreas determinadas pelo médico a serem trabalhadas. Com o tempo o menino conseguiu desenvolver simpatia pela sua cuidadora e até mesmo saudades quando era privado de seus passeios. A segunda fase para a ressocialização da criança era a noção da sensibilidade nervosa, onde, após diversas experiências com água muito quente no banho, começou a medir a temperatura do banho antes de entrar, inclusive até mesmo reclamando nas vezes em que encontrava a água fria. Apesar de inúmeros esforços o médico Itard não conseguiu levar o menino ao uso da fala. Notou um pequeno ferimento na garganta, mas concluiu que ele por si só não poderia impedi-lo de falar. O jovem conseguia ouvir, mas não dominava o uso da fala. Conseguiu escrever, porém algumas palavras ele dava a mesma função a outros objetos de formato parecido, nesse processo posso citar que ele apontava um livro e uma resma de papel sulfite e os citava como sendo livros. É interessante afirmar que ele de alguma forma conseguiu se preparar para a sobrevivência na silva pelo tempo em que supostamente esteve perdido mas sua recuperação na vida normal dos seres humanos foi bem lenta.
Fonte: Jean Itard. Memória e relatório sobre Vitor de Aveyron. In: L. Malson. As crianças selvagens: mito e realidade. Porto: Civilização, 1967. 136