Vicente
Em nosso país, o boxe só surgiu no início do séc. XX, por intermédio de alguns marinheiros europeus que fizeram exibições quando por aqui passaram. Desde então, o boxe passou a ser praticado, mas de modo tímido, pois o preconceito que havia com relação aos “capoeiras” foi transferido para os boxeadores.
Para muitos estudiosos, a divulgação do boxe iniciou-se efetivamente no Brasil apenas em 1919, com Goes Neto, marinheiro carioca que havia feito várias viagens à Europa, onde aprendeu a boxear. Naquele ano, Goes Neto fez várias exibições no Rio de Janeiro. E, na época, um sobrinho do então presidente da República, Rodrigues Alves, apaixonou-se pela “nobre-arte” – título que passa a acompanhar o boxe.
O apoio de Rodrigues Alves facilitou a difusão do boxe e, em razão disso, começaram a surgir academias. Entre 1920 e 1921 esse esporte ganhou a condição da legalidade, de esporte regulamentado, com a criação das comissões municipais de boxe em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro.
No Brasil, o boxe teve um percurso diferente, se comparando aos outros países, pois a prática já se inicia sob égide do profissionalismo. Possivelmente porque, no início do séc. XX, o país contava com muitos jovens desempregados, que viram no boxe uma oportunidade de ascenção social e econômica.
A história do boxe no Brasil ostenta excelentes treinadores e lutadores. Na década de 1930 o país participou de competições internacionais, e os lutadores amadores também faziam parte desse cenário. Zumbanão foi um dos primeiros astros do boxe brasileiro; lutou entre 1930 e 1950, era peso médio, e tinha uma excelente técnica de esquiva.
Em 1950, o boxe brasileiro viveu sua fase áurea, com grandes espetáculos nacionais e internacionais. O lutador Eder Jofre (peso galo) foi a maior estrela desse período, com seu nome gravado na história do boxe nacional e mundial, considerado um dos dez melhores boxeadores do séc. XX. Seu estilo de luta caracterizava-se pelos fortes ganchos de