vestir a semiótica
A semiótica revela as formas como o indivíduo dá significado a tudo que o cerca e, ao contrário da linguística, a semiótica não reduz as suas pesquisas ao campo verbal, expandindo-o para qualquer sistema de signos, como por exemplo a Moda.
Como tal, as nossas roupas e a nossa aparência têm a capacidade de revelar coisas sobre nós das quais podemos não estar sequer conscientes ou que não podemos expressar verbalmente. A roupa é uma segunda pele, que, revestindo a primeira, compõe com ela o 'look' final de alguém. Ao vestirmo-nos é preciso saber que toda e qualquer roupa e produção visual estará a comunicar algo. Afinal as roupas, além de cumprirem o seu papel essencial, o de cobrir a nudez e proteger o corpo, são códigos que, como as palavras, demonstram sentimentos, sensações e atitudes, e quer queiramos quer não, são sempre reveladoras.
A sociedade atual, privilegia demasiado a imagem, a forma e os adereços como sistemas de significação, de carácter simbólico, tornando-se o vestuário um meio de comunicação nas sociedades. As mensagens transmitidas por este podem ser analisadas pela sua linguagem visual, por exemplo, as cores, linhas, formas, volumes, movimento, dinâmica. A utilização da cor, desenhos, símbolos e outros elementos nos tecidos fazem com que estes se tornem mais apelativos a quem os usa. Nos padrões da moda, há um certo gosto pela sinestesia, no sentido em que as imagens produzem sensações, não só visuais mas também sensações táteis, como as diversificadas texturas.
Em suma, a roupa não tem vida, é um objeto que o Homem usa como representação de si e que nos permite "desempenhar papéis", projetando-nos a estilos de vida e até a ambientes diferentes do nosso. Este objeto simboliza a impressão que queremos passar a alguém mas, na verdade, quem está a atuar é o nosso corpo. Na Moda, as emoções são também consideradas signos, e uma vez que a moda nos desperta os sentidos, a análise semiótica da moda é tida como uma emoção.