Vestido de noiva
I – A Obra • Vestido de Noiva não representou apenas uma revolução no texto. • Foi também uma revolução no cenário e no modo de fusão de vários tempos num mesmo espaço. • Também o linguajar das personagens sofreu grandes modificações. • Valoriza-se a fala despojada das classes médias urbanas. • A fusão entre o popular e o intelectual no Modernismo acabou falseando um pouco a expressão do popular, dada a valorização absoluta da paródia. • Nelson não deixava de ser um intelectual, Mas sua sensibilidade não esquecia o povo (principalmente a espontaneidade das paixões). • Seus textos eram claros, meridianos. • Consagrou-se no que poderíamos chamar de estilo aforístico ou epigramático: frases curtas, carregadas de significação irônica. • Isso no plano da expressão intelectual e crítica. • No plano da expressão das personagens, Nelson desenvolve uma sábia petulância, concisa e imediatista, que põe o leitor ou o espectador diretamente no coração dos grandes dramas do adultério e da transgressão do desejo, onde sempre se avoluma uma impressão do ordinário e do desbocado.
II - O Autor • Seus temas preferidos eram os dramas da vida moral e familiar, que ele regularmente levava para o teatro e para as pequenas narrativas, como as de A vida como ela é. • Não que ele vivesse a criticar o adultério, a homossexualidade ou as mais variadas perversões do desejo. • Nelson não era moralista, O que ele visava de fato era à hipocrisia. • Nelson pulverizava o puritanismo de fachada, o comportamento santurrão e contrafeito. • Essa temática, que comparece diariamente nos jornais chamados sensacionalistas, não deixava de emprestar a seus textos -- teatrais ou não — uma certa aura de baixeza, de realismo nauseante, • Afinal, diziam seus críticos, um teatro deve apresentar soluções elevadas para exemplo moral da sociedade. • A saber, que a grande limitação de Nelson talvez tenha sido a