Vestibular
(4 de Junho de 2003. Publicado por Equipe EcoViagem)
Nos próximos cem anos, há uma chance em duas de que grandes incidentes, acidentes ou conflitos causem um considerável retrocesso à sociedade altamente tecnológica do mundo contemporâneo. Provavelmente não seria a extinção da espécie, mas vários passos atrás na escalada histórica que conduziu às maravilhas e desventuras do pós-moderno século 20 e além. O portador das más notícias é sir Martin Rees, astrônomo da Royal Society e do King´s College da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Ele tem uma polêmica sugestão para minimizar riscos: impor freios à ciência antes que seja tarde demais.
De todo modo, diz ele, a civilização humana está a um passo de concluir sua passagem pela Terra. Mesmo que o homem escape às iminentes catástrofes que se abaterão sobre ele nos cem anos vindouros, também estará condenado ao desaparecimento. Em seu lugar, emergiria um novo ser humano, artificialmente evoluído e equipado com toda sorte de interfaces biônicas (...) Rees destaca os principais temores provenientes das novas tecnologias e questiona o ritmo em que a ciência avança em alguns campos. Para ele, cautela seria bem-vinda, de preferência, partindo dos próprios cientistas, que costumam lavar as mãos quando o assunto é o modo como sua pesquisa é aplicada por governos, instituições e indivíduos pelo mundo afora. (...) Para o astrônomo, a ameaça de um conflito global deflagrado por armamento nuclear não morreu junto com a Guerra Fria. Longe disso: ela tem tudo para voltar com força ainda maior no próximo século. E é só a primeira das grandes ameaças (...) Com o avanço das biotecnologias, está cada vez mais próximo o dia em que será possível conceber armas biológicas tão letais quanto as nucleares, com o incômodo adicional de exigirem investimento muito menor para serem desenvolvidas.
Apesar de o gênio aparentemente já ter saído da lâmpada, há uma