Verdadeira Filosofia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE FILOSOFIA
FÉLIX ANTONIO BORGES BOTELHO JUNIOR
O VERDADEIRO FILÓSOFO E A VERDADEIRA FILOSOFIA
SEGUNDO PLATÃO
São Luís, MA.
Outubro/2014
O VERDADEIRO FILÓSOFO E A VERDADEIRA FILOSOFIA SEGUNDO PLATÃO
Ao iniciar este breve trabalho, faz-se mister destacar que o ideal de quem seja o verdadeiro filósofo e do que seja a verdadeira filosofia estão intrínsecos um ao outro, pois só é possível uma filosofia autêntica se tivermos filósofos autênticos, sendo assim, faz-se aqui uma análise conjunta e não desagregada das características inerentes a eles.
Platão, em A República, ao formar a cidade ideal, faz uma ligação muito forte entre a política e a filosofia, colocando-as em uma relação de complementaridade, pois o filósofo é aquele que possui a virtude e, para exercer a verdadeira política, que é a arte da cura da alma, faz-se necessário agir de forma virtuosa, sendo por isso a arte do filósofo. Nesse sentido, percebe-se que, para ele, só um filósofo poderia governar a cidade (Estado) de forma virtuosa, pois ele era o detentor da sabedoria.
“Enquanto filósofos não governarem como reis ou aqueles que são hoje chamados de reis e soberanos não filosofarem genuína e adequadamente, isto é, enquanto poder político e filosofia não forem completamente conjugados, enquanto a horda multíplice de naturezas que presentemente aplica exclusivamente um ou outra não for compulsoriamente impedida de assim agir, os Estados jamais se livrão dos males, Gláucon, tampouco – penso – a espécie humana.” (473d)
Apenas na condição de o político se tornar filósofo ou o filósofo se tornar político é que se pode considerar possível a construção da cidade autêntica, ou seja, o Estado verdadeiramente fundado sobre o valor supremo da justiça e do bem. A república ideal de Platão está voltada para o bem-estar de todos os indivíduos que a compõem como cidadãos e habitantes, sendo assim, quem for destinado a