verdade cientifica e verdade religiosa
«Assim é que os autores sagrados, sem dedicar-se a investigações profundas da natureza, descrevem algumas vezes os objectos, e falam deles por uma espécie de metáfora, e como o exigia a linguagem vulgar daquela época, e assim se procede também hoje, mesmo entre os homens mais sábios. Mas como na linguagem vulgar se designam primeiro e pela palavra própria os objectos que caem debaixo dos sentidos, de maneira semelhante o escritor sagrado (e o doutor angélico no-lo adverte) seguiu aquelas coisas que aparecem sensivelmente, quer dizer, aquelas que o próprio Deus, falando aos homens, indicou, seguindo o costume dos homens, para ser entendido por eles.»
Escutemos o Papa Bento XV, na sua encíclica “Spiritus Paraclitus”, de 15 de Setembro de 1920:
«A aparência exterior das coisas, sàbiamente declarou o Papa Leão XIII, na sequência de Santo Agostinho e de Santo Tomás de Aquino, deve tomar-se em consideração, mas este princípio não pode conduzir à mais leve suspeita de erro contra as Sagradas Letras. Efectivamente a sã filosofia tem por certo que na percepção imediata das realidades que constituem o seu próprio objecto de conhecimento os sentidos não se equivocam.»
Escutemos agora o Papa Pio XII, na sua encíclica “Divino afflante Spiritu”, de 20 de Setembro de 1943:
«Leão XIII, com graves palavras, declarou que não há absolutamente nenhum erro quando o hagiógrafo, falando de coisas físicas, se cingiu (na linguagem) às aparências sensíveis, como diz o doutor angélico, expressando-se ou com determinada forma metafórica, ou como era costume naqueles tempos na linguagem comum, e ainda hoje se utiliza em muitas realidades da vida quotidiana, mesmo entre pessoas de cultura. Acrescentando que eles, os escritores Sagrados, ou para melhor dizer – são palavras de Santo Agostinho – o Espírito de Deus que por eles falava, não quis ensinar aos homens estas coisas, ou seja: a constituição íntima das coisas visíveis – que de nada