Ventilação mecânica
MECÂNICA
CARDIOPULMONAR DURANTE A VENTILAÇÃO
CARMEN SÍLVIA VALENTE BARBAS, MARCO AURÉLIO SCARPINELLA BUENO, MARCELO BRITTO PASSOS AMATO, CRISTIANE HOELZ, MILTON RODRIGUES JUNIOR
CTI-Adultos — Hospital Israelita Albert Einstein Endereço para correspondência: Av. Albert Einstein, 627 — 5 o andar — CEP 05651-901— São Paulo — SP
As interações cardiopulmonares durante a ventilação mecânica são complexas e dependem do estado volêmico do paciente (hipovolemia, normovolemia e hipervolemia), das funções dos ventrículos direito e esquerdo, assim como de sua pós-carga, do estado funcional dos pulmões (normal, restritivo, ou obstrutivo) e da complacência do sistema toracoabdominal. Nos estados hipovolêmicos, a adição de pressão positiva intratorácica proporciona diminuição do retorno venoso e conseqüente diminuição do débito cardíaco. Esse efeito encontra-se exacerbado nas disfunções do ventrículo direito presentes no tromboembolismo pulmonar e na doença pulmonar obstrutiva crônica e, em menor grau, do ventrículo esquerdo. Nos estados de hipervolemia, a précarga de ambos os ventrículos está aumentada. Quando a pressão capilar pulmonar ultrapassa 18 mmHg em pulmões normais ocorre o extravasamento de líquido
RSCESP (72594)-711
para o interstício pulmonar e interior dos alvéolos. Esse efeito está exacerbado nas alterações de permeabilidade da membrana alveolocapilar (síndrome do desconforto respiratório agudo). Nos estados hipervolêmicos, a adição de pressão intratorácica positiva não costuma ocasionar a diminuição do débito cardíaco. Nas disfunções de ventrículo esquerdo com pressão capilar acima de 18 mmHg, a adição de pressão intratorácica positiva mantém os alvéolos abertos, melhorando a oxigenação e diminuindo a pós-carga do ventrículo esquerdo, o que proporciona a melhora do desempenho ventricular. Assim, observando-se e compreendendo-se essas complexas interações cardiopulmonares, poderemos otimizar as condições cardiorrespiratórias nas