vasco regaleira
Hugo Miguel Magalhães Figueiredo, T3.3,
Teoria, 2012/2013
I
A arquitetura do Estado Novo é um marco incontornável na história da arquitetura portuguesa, pelo que seria redutor prolongar este ensaio sem primeiro contextualizar a chamada arquitetura “português suave”.
Ainda durante o regime do Estado Novo, existiram dois estilos da corrente moderna. Primeiro, um modernismo efémero e experimental e, posteriormente, um modernismo revisionista. Estas duas vertentes são de grande importância, pois possuem valores e características intrínsecas ao “português suave”.
A uma pequena escala – entre os finais de séc. XIX e os inícios de séc. XX – com a necessidade da descoberta e da experimentação, alguns arquitetos, dos quais os ilustres Pardal Monteiro, Carlos Ramos, Ventura Terra e
Cassiano Branco exploravam as novas formas da arquitetura moderna internacional, deixando, pouco a pouco, as suas marcas no espaço (e na história).
Com a mudança estratégica das políticas do Estado Novo, tudo mudou. Não só a liberdade social se comprometeu, como também a liberdade de expressão artística. O arquiteto Vasco Regaleira é apanhado nesta mudança e submetido a um conjunto de regras ideológicas que as políticas no novo Estado ditavam.
Por concordar, ou talvez por não ter como exercer a sua profissão livremente, o arquiteto Regaleira foi autor de uma vasta coleção de obras de grande escala (física) e importância (social), sempre numa linguagem eclética e tradicionalista. Ainda que obedecendo ao gosto instituído pelo Estado, o arquiteto adaptou muito da nossa arquitetura aos climas exigentes das colónias. Demonstrou como as condições excecionais da nossa arquitetura tradicionalista tipicamente alentejana - davam resposta às necessidades funcionais dos edifícios, e na adaptação ao clima colonial. “Sempre no intento de aportuguesar a nossa arquitetura dando-lhe uma feição colonial diligenciamos obter
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