Van gogh, o suicidado da sociedade.
Podemos considerar Van Gogh um louco? Diante de tantos absurdos que vemos todos os dias pelo mundo, o que faria desse gênio, uma pessoa mais louca do que tantos outros, só por cortar uma de suas orelhas ou por assar uma de suas mãos? Nesse livro, Artaud levanta questões sobre a sanidade de Van Gogh, sua loucura e sua morte, analisando algumas de suas obras, cartas a seu irmão, e a sociedade da época.
Afirmando que não é o homem, mas sim a sociedade que o fez anormal, o texto afirma que Van Gogh não era louco, mas sim mais um entre tantos alienados:
“Pois um alienado é, na realidade, um homem a quem a sociedade se nega escutar, e a qual quer impedir de expressar determinadas realidades, insuportáveis” Pag 12
“No alienado há um gênio incompreendido que aloja em sua mente uma ideia que produz pavor, e que só pode encontrar no delírio uma válvula de escape para as opressões que a vida lhe apresenta.” Pag 25
Nesse mesmo tom de defesa, Artaud nos leva a pensar que esse pintor gênio não se suicidou, mas sim, foi suicidado pela sociedade, pois como o próprio autor nos diz, qualquer coisa por existir sem ter o trabalho de ser, e tudo pode ser, sem ter o trabalho de irradiar e rutilar. Mas Van Gogh que nunca temeu a vida, separava o ato de viver da ideia de existir.
“ Além do mais, ninguém se suicida sozinho. Nunca ninguém esteve só ao nascer. Tampouco alguém está só ao morrer. Mas no caso de um suicídio, é necessário um exército de seres maléficos para que o corpo opte pelo ato terrível de dar fim à própria vida.” Pag 58
Compondo esse exército de seres maléficos que o levaram a morte, podemos citar duas importantes figuras na vida do pintor: Dr Gachet, o psiquiatra, e Théo, seu irmão. Cada um tinha um peso na vida de Van Gogh, e cada um teve sua parcela de ‘culpa’ por seu suicídio.
“O Dr. Gachet não dizia a Van Gogh que estava ali para