RESENHA - VAN GOGH: O SUICIDADO DA SOCIEDADE

VAN GOGH: O SUICIDADO DA SOCIEDADE

ARTAUD, Antonin. Van Gogh: o suicidado da sociedade. Ed. Livreiros, 1975. 54 p.

Em Van Gogh: o suicidado da sociedade, logo na introdução feita por Pierre Hahn, percebe-se que o texto não será de leitura simples e que exigira muito de nossa compreensão e capacidade de refletir sobre determinado assunto; num inquietante e perturbador relato sobre a vida e a obra de Van Gogh e a sociedade feita à imagem da psiquiatria, sociedade essa onde a moral das famílias e a aparência são mais importantes do que o bem estar e a autenticidade de cada ser.
Diante disso Artaud começa questionando o que é a boa saúde mental, numa sociedade que considera apodrecida, hipócrita, desonesta, envolta no estupro, na desordem, na falta de vontade, na burguesia e que cultiva o pior do homem, para ele, isso em nada se compara com a loucura do pintor, que em toda sua vida não fez nada de mal, a não ser assar uma das mãos e cortar a própria orelha. Isto acontece porque é de interesse desta sociedade doente não sair de sua enfermidade e afirma que: “Por isso uma sociedade degradada inventou a psiquiatria para se defender das investigações de certa lucidez superior cujas faculdades de adivinhação a incomodam.” (ARTAUD, 1975, p. 10)
Os humanos tem a estranha mania de achar que o Universo se submete a eles, além disso, aquilo que é diferente muitas vezes é tido como errado, ou inadequado. Van Gogh não era doido para ele, mas suas pinturas atacavam o conformismo das instituições da época. Artaud acredita e isso é uma característica no seu texto, que o mundo da psiquiatria fundamentado na falsa razão é ridículo e pretensioso, a imagem da sociedade que representa e não passava de uma espécie de defesa imprestável de seus próprios psiquiatras, que tentavam disfarçar a angústia humana em seus termos técnicos, que considera ridículos; para ele é via de regra que nos psiquiatras predominam ideias sexuais, cita então um doutor L:

E no sobressalto orgânico