Valorização da sociedade civil
E o militante se preocupa: “Agora, com a crise financeira, muitos órgãos de cooperação decidiram restringir os créditos; a primeira coisa que eles cortam é o apoio às organizações da sociedade civil. Eles não entendem que foi a sociedade civil que permitiu o progresso?”. Cortando as subvenções à TAC ou à Section 27, as políticas de saúde deverão se decidir outra vez envolvendo apenas o governo, planos de saúde e companhias farmacêuticas...
De volta a Khayelitsha, na sede da TAC, percebe-se certa desordem quando Andile Madondile evoca os dois escritórios que a organização já teve de fechar, por falta de dinheiro: “Em Khayelitsha, temos dezessete braços e abarcamos 500 mil residentes”.
Responsável pela treatment literacy– o programa-chefe da TAC, que consiste em difundir o conhecimento médico e científico aos doentes –, Madondile se questiona: “Nossos educadores vão às clínicas falar com os pacientes sobre as doenças oportunistas e a importância de seguir o tratamento regularmente. É crucial que as pessoas tenham acesso a essa informação. Por isso seremos agora obrigados a demandar subvenções governamentais”.
Diante da perspectiva de uma diminuição da ajuda internacional, a ex-ministra da Saúde Barbara Hogan declara: “É insensato! Quando decidimos propor os tratamentos antirretrovirais, tratava-se de um comprometimento a longo prazo. Esses remédios literalmente dão vida aos doentes: é preciso acompanhá-los por trinta, quarenta, até cinquenta anos. Em 2009, durante os momentos em que não havia remédios em algumas províncias, fizemos das tripas coração junto aos ingleses e norte-americanos para conseguir recuperar rapidamente os medicamentos. Em caso de fracasso, corremos o risco, no plano médico, de que o vírus desenvolva resistência, com consequências planetárias. Sem contar que a epidemia recomeçaria a crescer, pois, como foi provado recentemente, pessoas sob ARV quase não são mais contaminadoras. O tratamento do HIV/aids é um