Vacinas
Mecanismo simples e eficaz na prevenção de doenças
Alice Dantas Brites*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação Algumas vacinas são injetáveis, por meio de seringas ou pistolas |
Em 1796, o médico inglês Edward Jenner, observou que as pessoas que ordenhavam vacas, freqüentemente adquiriam uma forma amena de varíola presente nestes animais, a varíola bovina. Constatou também que esses indivíduos raramente contraíam a varíola humana, doença grave, responsável por inúmeras mortes na Europa daquele tempo. Essas observações levaram Jenner a formular a hipótese de que, de alguma forma, a varíola bovina conferia imunidade contra a varíola humana.
Jenner decidiu então realizar um experimento por meio do qual inoculou o pus extraído de feridas de vacas contaminadas em pequenos arranhões no braço de um garoto chamado James Phipps. Nos anos seguintes, Phipps foi exposto inúmeras vezes à varíola e nunca contraiu a doença, comprovando a teoria do médico. A descoberta espalhou-se rapidamente e, apenas quatro anos depois do experimento de Jenner, cerca de 100 mil pessoas já haviam sido vacinadas na Inglaterra. Pasteur e a vacina
Por muitos anos, essa foi a única forma de imunização conhecida, até que em 1880, o químico francês Louis Pasteur desenvolveu um método para combater um surto de cólera que, naquele ano, matara cerca de 10% da população de galinhas da França.
Pasteur isolou a bactéria causadora de doença, cultivou-a em meios de cultura apropriados, e em seguida a inoculou em aves saudáveis. As galinhas assim tratadas não contraíam mais a doença. Pasteur também desenvolveu a vacina contra a raiva e, em 1885, aplicou-a pela primeira vez em Joseph Meister, um menino que havia sido mordido por um cachorro infectado. Como as vacinas agem?
Ao ser infectado por um antígeno (substâncias ou microorganismos invasores), o sistema imunitário do organismo desencadeia o processo chamado de resposta imunitária, que, entre outros mecanismos,