Vacinas são substâncias feitas a partir de bactérias ou vírus que causam doenças e, com a introdução dos agentes no corpo humano, têm como função estimular nosso sistema imunológico a produzir anticorpos para combater determinado antígeno. Diferentemente das tradicionais, a vacina de DNA tem a capacidade de gerar resposta imune celular e humoral e se baseia no uso de parte do material genético do próprio agente que se quer combater. Célio Lopes Silva, coordenador do Laboratório de Vacinas Gênicas da USP, diz que para a produção da vacina os cientistas retiram do agente causador da doença um pedaço da molécula de DNA. Quando inoculado nos animais ou em humanos, esse pedaço de DNA que codifica uma proteína imunogênica tem a potencialidade de induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos ou estimular a imunidade mediada por células, principalmente linfócitos T (responsáveis por detectar e matar células infecciosas) auxiliares ou citotóxicos (células de defesa). O isolamento de DNAs é uma técnica dominada pela ciência devido ao grande desenvolvimento da biologia molecular. Os genes, geralmente relacionados com a patogenia dos agentes infecciosos, são ligados a outros fragmentos de DNA (plasmídeos) por técnicas de engenharia genética. Esse plasmídeo recombinante carrega a mensagem da vacina e, quando aplicadas, as células do sistema imunológico conseguem reconhecer a mensagem transmitida, ocorrendo a ativação imunitária. A entrada do plasmídeo nas células é denominada transfecção. Os médotos mais comuns são a transfecção in vitro de células somáticas e reimplantação dessas células no indivíduo, utilizando vírus ou bactérias modificadas contendo o gene de interesse, capazes de inserir o material na célula e injeção com o próprio plasmídeo. Uma vez dentro do citoplasma, o DNA se desloca até o núcleo, onde o gene de interesse é transcrito, produzindo o RNAm, que migra para o citoplasma, onde ocorre a síntese da proteína (antígeno). A vacina de DNA sai na