Utopia e messianismo em Ernst Bloch
Marcos Antônio Ribeiro
Messianismo e Utopia em Ernst Bloch:
Projeto de Pesquisa de Iniciação ao Conhecimento Cientifico
Passo Fundo
2013
Marcos Antonio Ribeiro
Messianismo e Utopia em Ernst Bloch
Este projeto de pesquisa pretende analisar alguns conceitos aparentemente antitéticos, mas dialeticamente complementares na filosofia de Ernst Bloch. As utopias sociais, em grande medida suplantadas, romantizadas apenas como abstração por uma espécie de ditadura racionalista, herdada do iluminismo e que perpassa até mesmo o discurso cientificista do marxismo (vulgar), ganham status de utopia concreta no pensamento blochiano.
Nesse processo, o homem, compreendido como um ser ainda em formação, é remetido em direção do futuro, ao novum, ao devir. O impulso ou interrupção que nos move necessariamente rumo ao novo é abordado por Bloch de uma forma bastante peculiar e distinta às pulsões freudianas; a fome, as profecias, os movimentos messiânicos e escatológicos são os motivadores das irrupções históricas e cuidadosamente articulados às utopias.
Passo Fundo 2013
INTRODUÇÃO
Ernst Bloch nasceu a 8 de julho de 1885, em Ludwigshafen, Alemanha. Filho de uma família de origem judaica viveu intensamente o drama dos judeus alemães no século XX. Por outro lado, a situação geográfica especial de Ludwigshafen frente à Mannheim, segundo ele próprio viria afirmar, influenciou sua consciência ao mesmo tempo socialista, solidária com a classe operária, cuja situação era clamorosa na Ludwigshafen industrial, e humanista, ávida da cultura clássica, esta que brilhava nos salões da Mannheim imperial. Discípulo de Georg Simmel e assíduo participante do círculo Max Weber de Heidelberg, influenciado por Freud e Kant, Ernst Bloch é o filósofo da Esperança e da utopia concreta e defende o conceito escatológico-utópico-messiânico da