Reestruturação Produtiva, Novas Qualificações e Empregabilidade (Cap.10)
Novas Qualificações e Empregabilidade
Giovanni Alves2
O nosso objetivo é apresentar um pequeno esboço sobre as perspectivas da educação profissional diante da mundialização do capital e do novo complexo de reestruturação produtiva do capital. Qualquer análise dos processos sociais deve ser precedida de uma apreensão dialética da natureza da fase histórica de desenvolvimento do capitalismo mundial. É a partir da totalidade concreta do novo momento de desenvolvimento do sistema de controle sócio-metabólico do capital que podemos apreender o significado essencial dos mais diversos processos sociais, principalmente aqueles ligados às novas ideologias da educação profissional, centrada nas novas qualificações e no conceito de empregabilidade.
Tentaremos esboçar uma crítica do conceito de empregabilidade enquanto elemento ideológico disseminado pelo espírito do toyotismo. Por um lado, ele traduz a exigência das novas qualificações para o mundo do trabalho, e por outro lado, tende a ocultar (e estamos diante de uma operação ideológica!) que seu substrato estruturalorganizacional, o toyotismo, possui como lógica interna a “produção enxuta” e uma dinâmica social de exclusão que perpassa o mundo do trabalho.
É por pertencer à lógica estrutural da mundialização do capital, que não está voltada para o crescimento e políticas de pleno emprego, que o toyotismo e sua ideologia de formação profissional (a empregabilidade) tendem a frustrar qualquer promessa integradora do mundo do trabalho, tão comum na era do capitalismo fordista do pós-guerra.
Finalmente, salientaremos que a promessa frustrada de inclusão social vigente no fordismo, está sendo substituída pela promessa restrita de um novo trabalhador politécnico e liberado do taylorismo-fordismo, mais imerso numa nova forma de
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Este texto é o capítulo 10 do livro “Dimensões da Reestruturação Produtiva – Ensaios de sociooogia do trabalho”, de Giovanni Alves (Ed. Praxis).