Utilização de cinzas de bagaço de cana-de-açúcar em concreto para calçadas
Cana-de-açúcar e seus resíduos
A produção da cana-de-açúcar no Brasil vem crescendo exponencialmente a cada ano. Números mostram que 60% dessa produção é feita no estado de São Paulo, distribuída em 3,4 milhōes de hectares. Mais da metade desse percentual produzido é queimado durante a colheita, para facilitar e diminuir os riscos de acidentes dos cortadores. A outra pequena parcela dessa produção é colhida através de sistemas mecânicos, no Brasil apenas 25% da colheita é feita através desse processo (RIBEIRO; PESQUERO, 2010).
A cada tonelada de bagaço de CBC produzidas, 25kg são cinzas residuais, multlicando-se pelos milhōes de toneladas produzidas por ano no Brasil, não sobra espaço para descartá-la ou mesmo reduzi-lãs, torando um problema constante crescente para os administradores de usinas (GANESAN; RAJAGOPAL; THANGAVEL, 2007; SOUZA et al., 2007).
As pesquisas nessa área apontam a necessidade de otimização do processo para a transformação desse resíduo em um material reativo ou pozolânico (GANESAN; RAJAGOPAL; THANGAVEL, 2007; FRÍAS; VILLAR; SAVASTANO, 2011). Essa mudança no processo das indústrias sucroalcooleiras pode significar um incremento de custos que dificulte a agregação de valor à CBC. A homogeneidade na produção das cinzas não pode ser exigida do processo industrial, que raramente possui controle operacional da temperatura de combustão e do resfriamento das cinzas (SALES; LIMA, 2010). Realizados dessa forma, sem controle, esses procedimentos tendem a produzir cinzas sem reatividade hidráulica.
Por não possuírem reatividade, as cinzas resultantes da queima do bagaço da cana-de-açúcar são consideradas inertes, podendo assim serem usadas como substituto parcial de agregados em matrizes cimentícias. Considerando-se o elevado preço da areia no mercado atual devido às leis de proteções ambientais e o altos valores cobrados pelo transporte das mesmas, abriu-se espaço para o uso de novos agregados substitutos, como os