Uso indiscriminado de antidepressivos

Uso indiscriminado de antidepressivos

Atualmente os medicamentos antidepressivos são comumente prescritos. No Brasil, dados mostram que a venda deste tipo de medicação aumentou 42% de 2003 a 2007(OMS, 2008). O modelo de fiscalização de medicamentos controlados baseava-se somente na publicação de regulamentos técnicos, o que dificultava o monitoramento e controle de consumo desses produtos. Desse modo, foi implantado em 2007 e 2008, o Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), tendo como objetivo, monitorar eletronicamente a venda dos medicamentos controlados feitas em farmácias de todo o país. Porém, os resultados obtidos a partir desse sistema são referentes à apenas 62% das farmácias brasileiras que aderiram ao sistema (SNGPC, 2013).

Os dados coletados pelo SNGPC são divulgados semestramente pela Anvisa no Boletim de Farmacoepidemiologia. De acordo com os boletins, em 2011, 3,5 toneladas do antidepressivo cloridrato de fluoxetina foram consumidos. Belo Horizonte e Vitória apresentaram os maiores registros no consumo de fluoxetina, chegando ao consumo de 160 mil mg/per capita. Diante desses dados, observamos o uso exacerbado desses medicamentos (SNGPC, 2013).

O aumento nas vendas de antidepressivos no Brasil pode ser explicado pelo fato de que os médicos de outras especialidades, como urologistas, ginecologistas e até pediatras, têm prescrito esse tipo de medicamento para os seus pacientes. O mais curioso é que, os maiores prescritores de antidepressivos não são os psiquiatras. São clínicos, neurologistas, geriatras (BALDESSARINI, 2003). Não se condena o uso destes medicamentos prescritos responsavelmente por psiquiatras. O que se reprova é o seu uso exagerado e descontextualizado.

No caso de pacientes que sofrem de depressão clínica grave, estes fármacos têm sido essenciais no tratamento da doença. Porém grande maioria das pessoas que tomam antidepressivos não têm depressão profunda. Em vez disso, essas pessoas podem sofrer