Uso de fármacos durante a gestação
Qualquer fármaco administrado em dose adequada à gestante é capaz de atravessar a placenta em alguma extensão, a menos que seja biotransformado durante a passagem ou seu peso molecular e baixa solubilidade em lipídios limitem a transferência transplacentária. Quando se prescreve medicamento a uma gestante, deve-se sempre ter em mente que o feto é potencial recebedor do mesmo. Por isso, atualmente, o conceito de barreira placentária deve ser descartado. Fármacos podem ter efeitos perigosos sobre o feto em qualquer momento durante a gravidez. Durante o primeiro trimestre, os medicamentos podem produzir malformações congênitas (teratogênese), sendo maior o risco da terceira até a décima primeira semana de gravidez. Durante o segundo e o terceiro trimestres, os fármacos podem afetar o crescimento e o desenvolvimento funcional do feto ou ter efeitos tóxicos sobre os tecidos fetais. Fármacos administrados proximamente ou durante o parto podem apresentar efeitos adversos sobre o trabalho de parto e o neonato. Poucos fármacos são conclusivamente definidos como teratogênicos em humanos, mas nenhum fármaco é totalmente seguro e livre de suspeita de problemas no início da gravidez. É importante conhecer antecedentes de risco e prevalência de desfechos adversos induzidos por medicamentos na gravidez (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
A classificação dos medicamentos e risco durante a gravidez possui diferentes níveis de acordo com a gravidade das sequelas que podem causar no feto. A tabela abaixo foi criada pela FDA, órgão americano que regulamenta os medicamentos nos Estados Unidos. Segundo esta classificação da FDA, qualquer medicamento com risco A, B ou C só deve ser utilizado durante a gravidez sob prescrição médica, se estritamente necessário.
RISCO A
Não há evidência de risco em mulheres. Estudos bem controlados não revelam problemas no primeiro trimestre de gravidez e não há evidências de problemas nos segundo e terceiro trimestres.