uso da internet
Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menos. Tudo fica branco e preto. Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento.
Os vídeos de humor, então, se transformaram na ferramenta predileta para arrancar risos fáceis e instantâneos. Na Internet não há mais espaço para o humor cadenciado de Jerry Lewis, ou o pastelão escachado dos Três Patetas. Exigem-se risos em menos de um minuto. A história, o roteiro, o figurino foi deixado de lado e tudo isso foi trocado por um gato tecladista ou um garoto acima do peso que faz alguma gracinha involuntária. A situação da literatura na Web é ainda pior. Escritores e dramaturgos são citados fora de contexto, isso quando as citações realmente pertencem àqueles a quem são atribuídas. Uma profusão de frases soltas de romances, livros de auto-ajuda e toda sorte de produção literária comprimida para fazer sentido dentro dos